O Direito Civil sempre se apresentou como um ramo problemático para o concursando. É comum, após a realização de uma prova, perceber que os alunos se lastimam por haver errado questões que consideravam fáceis. Por outras vezes, pode ocorrer que, com a divulgação do gabarito, percebem que incompatibilidades com suas respostas e, ao buscarem uma possibilidade de recurso descobrem que realmente estavam errados.
A partir desta percepção, nasceram estes escritos que, longe de ser a panaceia dos concursandos, busca traçar algumas linhas básicas que poderão aprimorar a qualidade dos estudos e os resultados dos esforços.
Primeiramente, deve-se ter em mente que aquele que subestima seu adversário abra uma larga estrada para a própria derrota. Desde cedo, na faculdade, pensa-se em Direito Civil como uma matéria extensa, porém fácil. Eis um grave engano. O Direito Civil não só é extenso, como também de grande profundidade. Nunca o subestime.
Transforme-o em um amigo que irá lhe aproximar de sua vitória, ser for a ele fiel e respeitoso. Creia que seus conceitos são importantes e interligados. Há um sentido lógico em sua estrutura que o aproxima do pensamento comum. Com isto, pode-se ver que, muitas das vezes, a resposta não apenas está na lei mas é, de um todo, lógica.
Em razão de sua profundidade são muitas as teorias que lhe permeiam. Isto, contudo, é uma armadilha que deve ser reconhecida pelo estudante. Em muitos ramos é essencial conhecer todas as teorias, mas em Direito Civil, algumas teorias são de comum observação (devendo ser estudadas) enquanto outras são de rara ocorrência. Das primeiras podemos trazer como exemplo as que discutem a formação dos contratos e das segundas as que analisam a natureza jurídica das pessoas jurídicas. Assim, como meio de sintetizar esta parte dos estudos, fixe a teoria adotada pelo Código Civil, evitando “decorebas” cansativas e ineficientes.
Ao se falar em “decorebas” surge sempre uma indagação: “Decorar artigos é bom?”. Se você tem esta supercapacidade, não há problemas. Mas nunca faça desta operação um substituto a mais importante de todas, a compreensão. Uma vez compreendida a matéria ela passa a fazer parte de seu arcabouço de conhecimentos, sendo útil sempre que dela precisar. A capacidade de decorar pode ser sorrateira, criando surpresas desagradáveis quando em momentos de tensão. Guarde a essência dos principais artigos (lembre-se que são mais de dois mil), atentando-se para as proibições determinadas pela lei ou as permissões por ela criadas. Anote palavras-chave ou expressões-chave em seu código de estudos ao lado dos artigos, assim, quando precisar reler será rápido, uma vez que as anotações lhe simplificarão as lembranças. O Código Civil é muito extenso para nossa capacidade de decorar, e é apenas um de muitos.
Quando da leitura de livros, evite saltar pontos importantes. Elimine os pontos que você já sabe antes de iniciar a leitura, utilizando-se do índice, com muita atenção, focando os pontos em que é mais fraco. Ler e filtrar os pontos ao mesmo tempo (como normalmente se faz, saltando capítulos) é improdutivo, pois lhe afasta do texto para que efetive a filtragem, além de possibilitar erros fazendo com que deixe de estudar importantes pontos que merecem sua atenção. Antecipar tal medida evitará as interrupções tornando mais linear seu pensamento. Simplifique, tenha organização. Eis um bom começo!
Estas são apenas algumas dicas, que nunca devem superar a maior de todas: estudar é um ato individual, encontre suas preferências, crie suas rotinas, isto provocará, com o tempo, um maior rendimento em seus estudos. Nem sempre o que é bom para o colega é bom para você! Você deve se conhecer para se organizar!
Tenha um ótimo ano, repleto de conquistas!
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