terça-feira, 10 de agosto de 2010

Civil na Folha

Sentença de iraniana depende de perdão da 

família do marido, diz diplomata do Irã

JEFFERSON PUFF

DE SÃO PAULO

A embaixada do Irã na Noruega afirmou nesta terça-feira que a Suprema Corte iraniana aguarda um possível perdão da família do marido de Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43, condenada à morte por adultério, para decidir sobre sua sentença. O diplomata Mohammad Hosseini confirmou à Folhaque ela não será mais apedrejada, mas que a Justiça deve optar pelo enforcamento, e que "não faz sentido" Teerã aceitar a oferta brasileira de asilo, já que a mulher é uma "criminosa".
O diretor de imprensa e relações públicas da embaixada do Irã em Oslo explicou que a acusação pendente no caso de Ashtiani é a de homicídio, e que o caso de adultério já foi encerrado com a condenação à morte, mas não por apedrejamento.

"A morte por apedrejamento já não acontece com frequência no Irã. Foi mais um símbolo para mostrar a gravidade deste tipo de crime", disse o diplomata.
Hosseini acrescentou que a família do marido de Ashtiani tem duas opções. A primeira é conceder o perdão, e neste caso a mulher deve enfrentar um período de detenção e posteriormente pode ser liberada, e a segunda --mais provável-- é a de confirmar sua condenação pelo homicídio.
Nesta segunda hipótese a Suprema Corte poderá optar pelo enforcamento como sentença, disse Hosseini.
Quanto à oferta brasileira de asilo à iraniana, o diplomata indicou que "não faz sentido" que seu governo a aceite. "Ela cometeu crimes no Irã e está sendo julgada por eles. Não faz sentido enviar um cidadão criminoso para que tenha liberdade em outro país. Entendemos a preocupação mas isso não pode acontecer", afirmou.

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